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segunda-feira, 27 de julho de 2015

Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, Dia Nacional de Tereza de Benguela

Mônica Custódio é secretária Nacional 
de Igualdade Racial da CTB
O Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha é um marco internacional da luta e resistência da mulher negra contra a opressão de gênero, o racismo e a exploração de classe. Instituído, em 1992, no I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, para dar visibilidade e reconhecimento a presença e a luta das mulheres negras nesse continente.

Nossa realidade contextualizada historicamente, no escravagismo, aponta que ser mulher negra no Brasil significa sofrer essa tripla discriminação, condição esta que se estrutura nas relações de trabalho. As mulheres negras estão, em sua maioria, em ocupações precárias e informais, diz o IBGE. O salário médio da trabalhadora negra continua sendo a metade do salário da trabalhadora branca. Mesmo quando sua escolaridade é similar a escolaridade de uma mulher branca, a diferença salarial gira em trono de 40% a mais para esta. 

Entendendo o trabalho como essencial na manutenção das condições de educação, saúde, habitação, cultura e qualidade de vida e, substancialmente, como única fonte de renda da maioria das mulheres negras chefes famílias devemos buscar uma resposta construída na mobilização das relações políticas, buscando todo o movimento social, reafirmando a identidade, cultura, de força e resistência, igualdade e pertencimento, de nossas mulheres. Neste sentido é uma grande vitória do movimento, que teve como aliada a então ex-senadora Serys Slhessarenko (ex-PT-MT), segundo a ex-senadora e autora do texto é uma forma de criar um ícone para as mulheres negras do país. “É preciso criar um símbolo, tal como existe Zumbi dos Palmares. As mulheres carecem de heroínas negras que reforcem o orgulho de sua raça e de sua história”.
O reconhecimento do governo Dilma pela referência histórica, de luta e sabedoria de Tereza de Benguela, nos representa. Esta líder também conhecida como "Rainha Tereza", como ficou conhecida em seu tempo, século XVIII no Vale do Guaporé, no Mato Grosso. Líder do Quilombo de Quariterê após a morte de seu companheiro, José Piolho, morto por soldados do então Governador Capitão-General da Capitania, Antônio Rolim de Moura.
Segundo documentos da época, o lugar abrigava mais de 100 pessoas, com aproximadamente 79 negros e 30 índios. O quilombo resistiu da década de 1730 ao final do século. Tereza foi morta após ser capturada, em 1770 erguendo bem alto essa bandeira com identidade de luta, de resistência, e emancipação, que chegada aos dias de hoje se desdobrará, na Marcha Nacional de Mulheres Negras. 

Esta realidade se transformou em bandeira de luta e tem se constituído através da muita disposição de luta individual e coletiva junto aos movimentos sociais e movimento negro e, em especial, organização das mulheres negras. 
Transformar essa realidade, superar tais desigualdades e construir novos valores sociais de combate à opressão de gênero, raça e classe é o cimento social para essa sociedade justa, solidária e libertária.
É neste sentido que está em movimento todo o Brasil, as Mulheres Negras (em 18 de novembro de 2015) vão marchar em Brasília denunciando, reivindicando e fortalecendo a luta Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver.
Mônica Custódio é secretária Nacional de Igualdade Racial da CTB.
Os artigos publicados na seção “Opinião Classista” não refletem necessariamente a opinião da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e são de responsabilidade de cada autor.

CTB, UNE e MTST convocam grande ato no dia 20/8 contra o golpismo e em defesa da democracia

“Não vamos aceitar esta pauta conservadora”.

O presidente da CTB, Adilson Araújo, o dirigente nacional do MTST, Guilherme Boulos, e a presidenta da UNE, Carina Vitral, se reuniram na sede da CTB, em São Paulo, nesta quinta-feira, 23, para definir as diretrizes do ato nacional programado para o próximo dia 20 de agosto.
A CTB e demais centrais sindicais juntamente aos movimentos sociais e setores progressistas da sociedade vão para as ruas em mais um Dia Nacional de Lutas em defesa da democracia, dos direitos sociais e trabalhistas e da Petrobras. A CTB convoca ainda as suas centrais estaduais a prepararem atos locais em suas cidades.
Após um primeiro semestre muito difícil para a maior parte da sociedade brasileira, impactada pela crise econômica, a mobilização e a unidade da classe trabalhadora se faz urgente e necessária para que não esmoreça e, ao contrário, se fortaleça o enfrentamento à onda golpista e reacionária que vem ganhando força e impondo derrotas aos trabalhadores e ao povo mais pobre do país.
“O melhor remédio para a crise econômica e política que vivemos é a aposta no desenvolvimento com geração de emprego e renda. O Brasil precisa de uma agenda positiva para a retomada do crescimento”, diz o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, que defende a construção de uma ampla frente pela democracia, engenharia e soberania nacional, pelos direitos sociais e trabalhistas como o caminho para evitar retrocessos e avançar em direção às mudanças que o país precisa.
O dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, afirma que o ato do próximo dia 20 de agosto tem o objetivo de marcar a posição do movimento popular em defesa dos direitos sociais e contra a ofensiva da direita. “Não vamos aceitar esta pauta conservadora”.
Ele frisa também que as saídas para a crise econômica não podem penalizar a população mais pobre, com cortes em programas sociais. Carina Vitral, presidenta da UNE, pontua que o dia 20 será uma resposta dos movimentos populares e das centrais sindicais à passeata com finalidades golpistas marcada por setores da direita para o dia 16 de agosto. “Faremos um contraponto. Vamos às ruas em defesa da liberdade, da democracia e dos direitos”, diz Carina.
Fonte: Portal CTB

terça-feira, 7 de julho de 2015

Coletivo de Igualdade Racial da CTB prepara 2º Encontro Nacional para agosto

O Coletivo de Igualdade Racial da CTB se reuniu, nesta sexta-feira (03), na sede da entidade em São Paulo para encaminhar os preparativos para o 2º Encontro Nacional, programado para os dias 28 e 29 de agosto.
 “Evoluímos muito desde o 1º Encontro. Atualmente estamos articulados em 14 estados brasileiros, o que representa um grande avanço”, destacou Mônica Custódio, secretária de Promoção da Igualdade Racial da CTB.
O Encontro Nacional será realizado na Federação dos Trabalhadores em Agricultura de Minas Gerais (Fetaemg), e deve reunir sindicalistas de diversas regiões do país. “A parceria entre trabalhadores rurais e urbanos será inédita neste Encontro, algo muito importante para nós”, afirmou a dirigente.
A reunião contou com a presença de dirigentes da Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul; além do secretário de Finanças da CTB, Vilson Luiz, que também é presidente da Fetaemg; e do coordenador nacional da Unegro e membro do Conselho da Seppir, Jerônimo Silva Junior, que traçou um panorama das discussões em curso no Congresso Nacional e as ações promovidas pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).
“A questão dos negros no mercado é um desafio para a CTB. Nos últimos 12 anos conquistamos políticas de ações afirmativas na educação, com as cotas raciais nas universidades, mas precisamos avançar no mercado de trabalho. Precisamos exigir esse comprometimento com as políticas públicas tanto do Estado como da iniciativa privada”, disse o conselheiro da Seppir.
Jerônimo Silva ressaltou que  o país tem uma dividas com os trabalhadores negros. “Toda riqueza de nossa nação tem o sangue o e suor do trabalhador negro. Não podemos negar a contribuição e o legado que deixaram os trabalhadores negros, que hoje, em sua maioria, estão precarizados no mercado de trabalho, na base da pirâmide social”.
Cinthia Ribas - Portal CTB