
Há males que vêm para o bem, conforme reza o ditado. A operação golpista em curso no país, mascarada no pedido inconstitucional de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, está provocando em todo território nacional uma explosão de manifestações em defesa da democracia.
Artistas, intérpretes maiores da alma do povo brasileiro, jornalistas, juristas, procuradores, advogados, ao lado de milhões de trabalhadores e trabalhadoras, sem-terra, negros, mulheres, jovens e idosos, heterossexuais e homossexuais, todos unidos contra o golpe e pela democracia.
Percebemos, neste movimento, que a onda pela democracia extrapola as fronteiras nacionais, o despertar de uma forte consciência democrática em torno da necessidade de defender as liberdades, o Estado de Direito; a indignação com o golpismo e a mobilização para desmascarar e derrotar a farsa do impeachment.
Nossa luta ganhou dimensão internacional, o golpe em curso foi denunciado por meios de comunicação no exterior, atos em defesa da democracia foram realizados em vários países, o secretário geral da OEA, Luiz Almagro, deslocou-se a Brasília para reiterar, em reunião com Dilma, seu apoio à democracia e contra o golpe.
O prontuário dos líderes golpistas (Cunha e Temer, entre outros) é revelador do caráter do golpe do impeachment. Corruptos de marca maior, eles querem acabar com a democracia para destruir os direitos sociais, agredir a soberania nacional, entregar o Pré-sal e a Petrobras ao capital estrangeiro e não tenham dúvidas de que encerrarão também a novela do Lava Jato, que já cumpriu o objetivo de desmoralizar o PT, prender, criminalizar e demonizar seus líderes. Temer, Cunha e outros larápios apostam no impeachment para salvar a própria pele.
A participação da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e centenas de entidades empresariais na frenética campanha golpista, amplificada pelos holofotes da mídia burguesa, deve servir de alerta para nossa classe trabalhadora e seus representantes. Não tenhamos dúvidas de que os golpistas querem o fim da CLT, a terceirização sem limites da economia, a interrupção da política de valorização do salário mínimo, a depreciação das aposentadorias, liquidação da Previdência Pública e a perseguição e criminalização das lutas do nosso povo e as organizações que as lideram.
Mas, os golpistas não passarão. A consciência democrática há de ecoar em Brasília. A hora é de tomar as ruas e gritar em alto e bom som: respeitem o voto popular, não ousem atentar contra a democracia.
#VaiTerLuta
Adilson Araújo, presidente nacional da CTB.
Fonte: http://portalctb.org.br