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quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

BRASIL: AUMENTAR JUROS É AGRAVAR A SITUAÇÃO

“Subir juros para conter inflação só agrava o problema”, diz Nobel de Economia Joseph Stiglitz.


Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia
O economista americano Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia, afirmou durante o Fórum de Davos que a economia mundial terá em 2016 um desempenho igual ou pior que em 2015. Ele também repercutiu o estudo da Oxfam sobre o aumento da desigualdade social no mundo lembrando que este é um outro fator que contribui para a depressão econômica global.

Em entrevista à agência Broadcast, do Estadão, Stiglitz criticou a política fiscal do Brasil dizendo que a elevação de juros como mecanismo para segurar a inflação numa economia em recessão só vai agravar ainda mais o problema. “A política monetária do Brasil, com uma das taxas de juros mais altas do mundo, estrangula a economia”, disse ele, em consonância com o que defendem as centrais sindicais, movimentos sociais e setores empresariais brasileiros.

Nesta quarta-feira (20), o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para decidir sobre a nova taxa de juros – analistas acreditam que haverá uma alta de 0,25%, metade do que o mercado previa. A diminuição no percentual de alta teria sido provocada por uma carta do presidente do BC, Alexandre Tombini, alertando sobre as más previsões do FMI sobre o futuro da economia brasileira. Atualmente, a Selic está em 14,25% ao ano.

Segundo Stiglitz, este modelo muito disseminado de que quando a inflação se eleva você precisa aumentar juros está desacreditado por ser ineficaz. “Não é bom ter inflação em disparada, mas também não é bom matar a economia. E eu acho que eles perderam este equilíbrio”, diz ele sobre a política monetária brasileira.

Para ele, a elevação de juros tentou conter a inflação deprimindo a economia e os efeitos colaterais deste modelo são devastadores para um país. “Você trabalha para conseguir boas taxas de desemprego, deprimir os salários e aí você, de fato, segura a inflação. Mas isso é matar a economia”.

Adilson Araújo presidente da CTB 
O presidente da CTB, Adilson Araújo, vem alertando para os efeitos nocivos dos juros altos na economia nacional e na vida dos trabalhadores. Na mesma linha do economista americano, Araújo reforça que a política monetária atual só acentua o processo de desindustrialização no país.

“Os sinais são de retração. A indústria está em queda, perto de índices que se aproximam dos verificados na década de 1940. A indústria já teve participação no PIB da ordem de 30%. Agora caminha para 10%. E quem paga por isso são os trabalhadores, que perdem seus empregos, e a indústria nacional, que perde competitividade”, diz.

Em contraponto à política econômica vigente, as centrais sindicais em parceria com setores empresariais criaram o "Compromisso pelo Desenvolvimento", um movimento que levou ao governo sete propostas para a retomada do crescimento econômico e do desenvolvimento industrial.

Uma delas, a adoção dos acordos de leniência com empresas investigadas na Operação Lava Jato, foi acatada e editada em Medida Provisória pela presidenta Dilma Rousseff em dezembro. A medida visa destravar setores industriais, em especial, a construção civil, preservando empregos.


Portal CTB com agências

Em defesa da democracia, marcha de abertura do Fórum Social reúne 10 mil em Porto Alegre

Milhares de pessoas tomaram as ruas do centro de Porto Alegre (Rio Grande do Sul), na tarde da última terça-feira (19), durante a tradicional marcha de abertura do Fórum Social Mundial Temático. O encontro acontece na capital gaúcha até sábado (23).

A CTB marcou presença na atividade que também celebra os 15 anos do evento e reúne representantes do movimento social para buscar alternativas às políticas neoliberais, o imperialismo e toda a forma de opressão aos países e povos. 

O presidente da CTB, Adilson Araújo, destaca o fato de o evento ocorrer neste momento em que a América Latina sofre as consequências da crise econômica mundial. Para ele é preciso ganhar as ruas contra as tentativas de desestabilização. “Vamos enfrentar a crise política com luta”, diz o sindicalista que está em Porto Alegre para acompanhar as atividades da central sindical. (Confira aqui a programação

Antes da marcha, a CTB realizou uma plenária que debateu “Os desafios dos trabalhadores diante da Crise e da Ofensiva Neoliberal”. Durante a atividade, Araújo criticou o conservadorismo da Câmara presidida pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está sendo investigado por denúncias de corrupção e enfatizou que mesmo com as dificuldades “o governo encerrou o ano aprovando um reajuste do salário mínimo acima da inflação”, frizou o presidente. 

Em defesa da democracia 

Segundo o dirigente, durante caminhada que reuniu cerca de 10 mil pessoas os manifestantes clamavam palavras de ordem em favor da defesa da democracia e contra qualquer tentativa de golpe no país, uma das mais ouvidas, disse, foi o “Fora, Cunha”. 

Além dos movimentos sociais, também participam do evento representantes do Governo como o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rosseto. 

Ao ser questionado sobre a insatisfação de setores do movimento sindical com a política econômica, o ministro afirmou que mantém o diálogo permanente e uma relação de “profundo respeito” com o setor. As atividades seguem durante toda a semana. Acompanhe a programação completa no site oficial do evento.
Portal CTB, com agências 
Foto: Guilherme Santos/Sul21

SANTA CATARINA: A LUTA PELO AUMENTO DO SALÁRIO REGIONAL


Odair R. Silva - Presidente da CTB Santa Catarina na mesa de negociação.
Em Santa Catarina no dia 14 de janeiro as Centrais voltaram a sentar com os representantes dos empresários (Fiesc) para a discussão dos valores do Salário mínimo Regional. A proposta apresentada pelas centrais para o reajuste do piso Regional é de 15% sendo que o empresariado apresentou como proposta aumento de 6%.

A proposta do setor patronal está muito aquém do que as centrais propuseram. Segundo Odair Rogério da Silva presidente da CTB Santa Catarina as centrais CTB SC, CUT, NCST, UGT, FORÇA SINDICAL, DIEESE, FESESC e outras entidades não vão recuar quanto a proposta já apresentada de 15%. Esse valor segundo Odair corresponde a inflação do período mais o ganho real para os trabalhadores.

Não precisa ser especialista para perceber que a proposto do setor empresarial está muito aquém da realidade, é um desrespeito a classe trabalhadora catarinense por isso as centrais com as entidades que estão junto nessa luta, não vamos abrir mão ou recuar na proposta apresentada pois ela representada os direitos e a dignidade da classe trabalhadora. 


Nosso compromisso é se manter firme na luta, pois esse é o princípio que nos rege e faz movimento continuo junto com a classe trabalhadora – CTB a luta é pra valer.



Comunicação – CTB Santa Catarina.

PLENÁRIA ESTADUAL DA CTB RIO GRANDE DO SUL

FSM: "Nesta ofensiva neoliberal, é nossa obrigação apontar caminhos aos trabalhadores", diz Araújo.

A plenária estadual da CTB, intitulada “Os desafios dos trabalhadores diante da Crise e da Ofensiva Neoliberal”, marcou a abertura do Fórum Social Mundial Temático, que ocorre de 19 a 23 de janeiro em Porto Alegre (Rio Grande do Sul) e antecede o Fórum Social Mundial. O evento completa 15 anos desde a sua primeira edição, em 2001. A atividade organizada pela Central aconteceu no auditório da Fetag e contou com a presença de lideranças sindicais vindas de diversas regiões do país, além de parlamentares, trabalhadores e curiosos sobre o assunto.

A mesa presidida pela secretária-geral da CTB-RS, Eremi Melo, contou com personalidades de peso do movimento sindical que contribuíram para um debate enriquecedor. O primeiro a falar foi o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, que ao saudar o público, destacou a importância do Fórum. “O Fórum Social Mundial cumpriu um papel estratégico no momento de sua criação em que o neoliberalismo se apresentava como uma ideologia única. Conseguimos, naquela época, mostrar que outro mundo era possível".

Guiomar acrescenta que, a partir de então, iniciou-se um ciclo de governos democráticos que enfrentaram a tese do neoliberalismo. "Conquistamos muitos avanços sociais e econômicos. Não podemos perder essas conquistas. Esse é o debate que a CTB busca fazer nessa plenária. A ofensiva do neoliberalismo e as opções que temos para enfrentar esse momento político. Temos como centralidade trocar ideias e solidificarmos opiniões para que possamos enfrentar esse 2016 que prevê grandes batalhas. A CTB tem um papel fundamental para que possamos de fato construir vitórias para a classe trabalhadora e sociedade brasileira. Desejo um Fórum com bons debates para que possamos avançar nas conquistas dos trabalhadores brasileiros que são quem realmente produzem a riqueza do nosso país. A CTB acredita que outro mundo é possível”, defendeu Vidor.

Também compondo a mesa, o vice-presidente nacional da CTB, Vicente Selistre, afirmou que o desafio é grande e o debate é extremamente importante para que se possa enfrentá-lo. “O Fórum é o momento ideal de fazermos grandes reflexões”, disse. Já o vice-presidente da CTB-RS, Sérgio de Miranda, também diretor da Fetag, falou em nome da federação sobre a alegria de acolher diversas categorias e pessoas vindas de muitos estados, no auditório da entidade. Miranda também aproveitou a oportunidade para trazer alguns questionamentos à tona.

“Desde que o Fórum foi criado vivemos grandes avanços, mas também nos deparamos com algumas tentativas de retrocessos. Trabalhadores do campo e da cidade estão expostos com a atual Câmara dos Deputados e Senado, conservadores ao extremo. O debate sobre reforma agrária saiu da pauta de discussões do Congresso e quando mostrado em reportagens é retratado de forma negativa. Precisamos retomar essas discussões. 2016 será um ano de muita luta, em que devemos garantir que ninguém mexa nos direitos dos trabalhadores”, ratificou.

A integrante do Coletivo de Mulheres da CTB-RS e presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, Silvana Conti, defendeu que a questão central do Fórum é como elaborar a luta contra o imperialismo. “Nós, da classe trabalhadora, temos o objetivo central de fazermos a luta de classe, mas cada um tem as suas especificidades, então essa reunião de homens e mulheres vindos de várias partes do mundo traz um elemento essencial para a discussão proposta no Fórum. Parece que os golpistas estão adormecidos, mas engana-se quem pensa assim. Precisamos seguir lutando pela democracia e legitimando a presidente mulher que temos. Não podemos permitir nenhum retrocesso e devemos seguir em busca da igualdade de gêneros”.

Também participaram da plenária, o secretário de relações internacionais da CTB, Divanilton Pereira, e um convidado internacional da Federação Sindical Mundial, vindo do Uruguai, Eduardo Burgos. Aproximadamente, 250 pessoas participaram da atividade, com presença expressiva das mulheres.

Adilson Araújo: "O FSM é o momento do movimento sindical apontar aos trabalhadores qual o melhor caminho a seguir"

O presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, veio a Porto Alegre especialmente para participar do Fórum. Na Plenária, contou para os participantes sobre a decisão tomada pela diretoria de participar do evento. “Iniciamos um diálogo interno na CTB e percebemos que seria muito importante participar desse momento ímpar. O mundo reclama de uma grave crise internacional e com o agravamento dessa crise compete à classe trabalhadora enfrentar esse quadro. Nunca foi tão importante fazer uma análise de conjuntura e tirar conclusões”, afirmou.

Araújo falou sobre passado e presente do movimento sindical. “Conseguimos sobreviver ao ano passado cheio de cachorros loucos. O quadro é bastante adverso. Precisamos de fato analisar com mais propriedade os elementos que se apresentam e que tem relação direta com a crise do capitalismo. É nossa obrigação apontar qual será o caminho que os trabalhadores devem seguir nessa ofensiva do neoliberalismo. Nenhuma crise dura para sempre, precisamos apostar numa política de desenvolvimento. A classe trabalhadora precisa de conhecimento e rebeldia. Se dependermos da agenda do Cunha perderemos esse ciclo virtuoso que possibilitou que criássemos esse movimento de valorização do salário mínimo nacional. Mesmo com todo esse conservadorismo, o Governo encerrou o ano aprovando um reajuste para o salário mínimo nacional acima da inflação”, relembrou.

“Diante do fator crise, precisamos resistir. Esse Fórum é um elemento importante, mas ele não pode mais se limitar a contestar o problema. Hoje, é necessário saber qual o caminho. A América Latina está sofrendo um cerco total. É ingenuidade achar que todos os problemas do Brasil são em consequência apenas de erros da presidenta Dilma. A orientação neoliberal é quebrar a esquerda brasileira e junto o movimento sindical, por isso, precisamos nos encorajar”, defendeu Adilson.

O presidente nacional da CTB também criticou o governador Sartori pela indefinição sobre o reajuste do piso regional para este ano. “No ano passado, conseguimos consagrar uma política de valorização do mínimo regional que ficou 30% acima do salário mínimo nacional e como é que esse governo de hoje nos trata? Reivindicamos 11,55% e o que nos é oferecido pelos empresários fica bem abaixo da inflação. Vamos lutar pelo reajuste digno aos trabalhadores gaúchos. O Brasil sobreviverá se fizermos a opção de lutar contra o golpismo e pela democracia, com o intuito de salvaguardar os reais interesses da nação que passa sobretudo pela manutenção do mandato da presidente Dilma Rousseff”, finalizou.

Texto: Aline Vargas - CTB-RS

Fonte: http://portalctb.org.br/site

A LUTA DAS CENTRAIS SINDICAIS CONTRA AUMENTO DA SELIC

Centrais sindicais protestam na avenida Paulista para pressionar Copom a não elevar Selic.

As centrais sindicais realizaram um protesto, na manhã desta terça-feira (19), em frente à sede do Banco Central em São Paulo, na Avenida a Paulista, para pressionar o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a não elevar a taxa básica de juros (Selic).

A primeira reunião do ano do Copom começa nesta tarde, em Brasília, e termina no início da noite da quarta-feira (20). A expectativa do mercado é que, após três reuniões consecutivas sem alteração na Selic – que está em 14,25% ao ano–, o colegiado retome o ciclo de elevações.

Participaram do ato, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Central Geral dos Trabalhadores (CGTB), a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT). Nos discursos os sindicalistas em uníssono elevaram as críticas à política econômica do governo Dilma Rousseff.

Wagner Gomes, secretário-geral da CTB, frisou que a elevação dos juros só traz prejuízos aos trabalhadores. “A responsabilidade pela política econômica não é do Banco Central, mas sim do governo e o resultado já sabemos. Significa mais desemprego, menos produção e menos consumo. Os trabalhadores estão preocupados com essa política do governo de juros altos. Aumentar a taxa de juros é continuar com a recessão, o desemprego. Se continuar nesse ritmo não conseguiremos sair da crise”, argumentou o dirigente ao destacar os impactos de uma nova alta.

Preocupação compartilhada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo (Sintaema), Renê Vicente. “Essa política de juros incentiva a especulação em detrimento da produtividade. O país carece de desenvolvimento com distribuição de renda. Daí a importância dessa unidade de ação que vemos hoje aqui na discussão da política de juros altos, que só traz o atraso para o país”, afirmou Renê Vicente.

Para os dirigentes da CTB, é imperativo que seja adotada uma nova estratégia para que o Brasil retome o curso do desenvolvimento. Uma delas se resume às reformas estruturais, como a Tributária, como defendeu o vice-presidente da CTB, Nivaldo Santana.

“Os rumos para a retomada do crescimento demandam uma reforma tributária com a taxação dos ganhos financeiros e das grandes fortunas. Vivemos um momento crucial para os trabalhadores e a unidade das centrais será fundamental para defendermos os empregos e os salários que devem estar no topo da agenda do movimento sindical. Portanto, vamos lutar pela taxação das grandes fortunas e a valorização do trabalho e do trabalhador”, destacou Santana.

O ato desta terça-feira marcou o início do calendário de atividades das Centrais Sindicais (CTB, CUT, CGTB, CSB, Força Sindical, NCST e UGT). “Começamos o ano cedo lutando contra mais uma elevação da Selic, assim como lutaremos como a questão da previdência, como vamos lutar contra o negociado sobre o legislado, e para isso essa união será fundamental”, alertou Wagner Gomes.

Cinthia Ribas - Portal CTB 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Frente Brasil Popular e movimentos definem agenda de lutas contra o golpe


Dando sequência ao movimento em defesa da democracia que toma conta do país em reação às tentativas da direita de promover a ingovernabilidade e o processo de impeachment, a Frente Brasil Popular, que reúne dezenas de movimentos sociais, lideranças políticas e a sociedade civil organizada, planeja realizar uma nova marcha, em Brasília, no início do ano.

No próximo dia 18 de janeiro, o grupo se reunirá em São Paulo para definir o cronograma das manifestações de 2016.

"Temos obrigação de colocar pelo menos 100 mil pessoas na Esplanada", afirma Raimundo Bonfim, coordenador geral da Central de Movimentos Populares (CMP). Segundo ele, o objetivo é pressionar os congressistas para que barrem o processo.

A Frente Brasil Popular se reuniu com a presidenta Dilma na última quinta-feira (17). O grupo formado por cerca de 60 lideranças dos movimentos sociais, além de personalidade intelectuais e artistas como o teólogo Leonardo Boff, o ex-minsitro Roberto Amaral, o cantores Chico César e Tico Santa Cruz, manifestaram a defesa da democracia contra o golpismo da direita conservadora.

As manifestações organizadas pela Frente do dia 16, em defesa da democracia, contra o golpe e pela deposição do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que ocorreram em todo o país, foram mais fortes e reuniram mais pessoas do que os atos pró-impeachment que aconteceram três dias antes. Em São Paulo, mais 100 mil pessoas participaram do ato, segundo organizadores da manifestação.

O ato puxado por setores da direita ocorrido no último dia 13, apesar das tentativas da mídia hegemônica em inflá-lo, foram esvaziados e reunia palavras de ordem pelo regresso da ditadura militar e a favor do impeachment de Dilma Rousseff, que foi eleita democraticamente presidenta da república nas últimas eleições.

Além de fazer a defesa da democracia e denunciar um processo de golpe em andamento no país, a Frente Brasil Popular também cobra que o governo Dilma se alinhe as demandas da classe trabalhadora, mudando, principalmente, a política econômica.

Portal CTB com informações do Portal Vermelho

Luta dos trabalhadores em 2015 priorizou empregos e direitos

De acordo com dados de agosto deste ano do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese, aproximadamente 69% das negociações de acordos coletivos conquistaram aumento real. Quase no final do ano, a presidenta Dilma Rousseff atendeu trabalhadores e empresários assinando a medida provisória do acordo de leniência, buscando preservar empregos. 


por Railídia Carvalho


Em um ano em que a crise política promoveu o acirramento da crise econômica, estes dois objetivos conquistados apontam que foi acertada a estratégia de luta dos trabalhadores.
O diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz, disse que a resposta sindical foi coerente com o problema a ser enfrentado.
“Mais de 60% dos acordos preservaram ganhos salariais; isso não é pouca coisa no contexto que a gente vive”, afirmou.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, disse que os trabalhadores sobreviveram a 2015 e destacou o acordo de leniência, iniciativa das centrais e empresários, como estratégico para a retomada do crescimento econômico com geração de renda e emprego.
Assinada no dia 18 de dezembro pela presidenta, a MP concede às empresas, investigadas pela Operação Lava Jato, o direito de continuar participando de contratos com a administração pública, caso cumpram as penalidades impostas.
Aproximadamente 29 empresas, sobretudo do setor naval, estão na lista das investigadas pela Lava Jato e, portanto, tiveram as atividades paralisadas. Em consequência disso, nos estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul cerca de 40 mil trabalhadores foram demitidos.
“Com a assinatura da medida provisória do acordo de leniência os trabalhadores passam a ter uma perspectiva de barrar o desemprego em 2016”, ressaltou Adilson.
A próxima reunião entre as centrais de trabalhadores, empresários e a presidenta Dilma Rousseff está agendada para 16 de fevereiro, podendo ser antecipada. Estarão em debate mais algumas diretrizes que foram propostas para a retomada do crescimento.
Perspectivas
Na opinião de Adilson, a tarefa das centrais no próximo ano é se voltar para uma forte atuação no Congresso Nacional combatendo pautas que ameaçam os direitos dos trabalhadores, como o projeto de terceirização que está no Senado Federal, agora como Projeto de Lei da Câmara 30/2015.
“Não vai ser tarefa fácil porque estaremos cercados por um ambiente político complicado e ainda teremos pela frente uma batalha eleitoral”, disse o sindicalista.
Ele defendeu a necessidade de os trabalhadores ganharem as ruas para fazer prevalecer os direitos conquistados, uma nova direção para a política macroeconômica e barrar o golpe contra a presidenta Dilma.
“A seletividade da Lava Jato que causou um forte impacto nas relações de trabalho acirrou o quadro de instabilidade política e trouxe uma agenda recessiva para o Brasil. O nosso movimento é oferecer uma nova agenda que retome o crescimento.”

O protagonismo demonstrado pelas centrais de trabalhadores em 2015 ganhou força com o fortalecimento da CTB, em especial, que, com apenas 8 anos de existência, se estabelece como a central que mais cresce no Brasil.
De acordo com dados divulgados em 2015 pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a CTB mantém nos seus quadros 11% dos trabalhadores sindicalizados no Brasil. Dados da central apontam mais de mil sindicatos filiados, entre eles o Sindicato dos Empregados no Comércio do Rio de Janeiro, que tem 460 mil trabalhadores sindicalizados.
“O crescimento da central se deve ao trabalho sério, comprometido, de luta internacionalista e de defesa intransigente dos direitos sociais e do papel e da importância dos movimentos sociais”, definiu Adilson.
Fonte: Portal CTB

CTB: “Retomada do desenvolvimento é o ajuste que o Brasil precisa”

Em entrevista ao Portal de notícias da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), o presidente da entidade, Adilson Araújo, falou sobre a atuação da central em 2015, desafios e perspectivas para 2016. 


Adilson deixou claro que a CTB é contra o impeachment de Dilma, porém é crítica à política de ajuste fiscal promovida pelo governo para sair da crise. Para o dirigente, “não é hora de fazer reformas nem reduzir direitos”. Ele afirma que o momento exige um plano de ação emergencial para destravar a economia. “A retomada do desenvolvimento é o ajuste que o Brasil precisa”, destaca.

Confira abaixo na íntegra a entrevista do presidente da CTB:

Portal CTB – Como foi 2015 para a CTB que, entre outras conquistas, recebeu filiações importantes como a do Sindicato dos Comerciários do Rio?


Adilson Araújo – A cada aferição do Ministério do Trabalho que define o nível de representatividade verificamos o real crescimento da CTB. Ao que tudo indica, devemos chegar à casa dos 11% em 2016. Isso é resultado de um trabalho coletivo, do esforço da Direção Nacional e das seções Estaduais. O Projeto CORAL (Centro de Organização, Apoio e Logística às entidades sindicais), inaugurado nesta gestão, vem alimentando os processos de regularização e constituição de novas entidades sindicais e fortalecendo as CTB’s nos Estados. A conquista do Sindicato dos Comerciários foi histórica para o sindicalismo no Brasil. Uma turma jovem e comprometida com a luta classista assumiu, democraticamente, como o nosso apoio, a entidade, uma das mais importantes estruturas do sindicalismo brasileiro, que vinha sendo dominada há mais de cinco décadas por uma família.

Portal CTB – A realização do Simpósio da FSM e o Ato Mundial Anti-Imperialista confirmam o protagonismo internacional da CTB?

AA – A CTB organizou e recebeu a principal atividade da Federação Sindical Mundial (FSM) e o aniversário de 70 anos da instituição. O evento, que reuniu representantes de mais de 50 países, consagrou a atuação da CTB e demarcou o seu espaço no sindicalismo internacional. O encontro no Brasil, ocorrido em outubro, foi marcado também pela realização do Ato Mundial Anti-imperialista. Aconteceu num momento histórico e desafiador, num cenário de radicalização da luta de classes no Brasil, na América Latina, no mundo, com conflitos internacionais instigados pelo imperialismo. Ao aprovarmos a Carta de São Paulo, denunciamos o efeito devastador desta, que é uma das mais longas crises do capitalismo, que se alonga e ainda não encontrou seu desfecho. Estes eventos nos incluiu na luta internacional e deixou claro que a chama da luta pelo Socialismo continua acesa, por um mundo livre das guerras de opressão, dos ataques à autodeterminação dos povos, das desigualdades, do ódio e do preconceito.

Portal CTB – Muitas perdas de direitos trabalhistas estiveram em pauta ao longo de 2015. No saldo final do ano, a CTB, o movimento sindical pode comemorar?

AA – O Congresso eleito, ainda mais conservador, trouxe para o centro da disputa política uma agenda regressiva, com vistas à flexibilização dos direitos e a precarização do trabalho. Resistimos à onda que queria sacramentar o PL da terceirização, de forma irrefreável e generalizada. No debate do PPE fomos pegos de surpresa com a reedição do “negociado sobre o legislado”, que somente saiu do relatório devido à pressão e importante articulação da nossa central com parlamentares na Câmara dos Deputados. Nem tudo está perdido. 2015 termina com a garantia de que a Política de Valorização do Salário Mínimo, sempre defendida por nós, será mantida no próximo ano. O salário mais uma vez foi reajustado acima da inflação – de R$ 788 para R$ 880 – a partir de 1º de janeiro. É bom lembrar que essa conquista é fruto da luta unitária das centrais sindicais.

Portal CTB – É notória a abertura do governo ao diálogo com as centrais sindicais. Sempre foi assim?

AA – Houve um tempo em que os trabalhadores eram tratados à base da mordaça e do chicote. Tinham aqueles que defendiam intervenção nos sindicatos e o fim das centrais sindicais. Vencemos etapas importantes com a vida democrática e conquistamos a legalização das centrais. Essa conquista permitiu maior abertura e diálogo com o governo, porque ele sabe que sua voz nas ruas é a classe trabalhadora. Seria um profundo equívoco romper com essa base social.

Portal CTB – Como a CTB e demais centrais reagiram ao anuncio de medidas que atingem os trabalhadores, a exemplo das reformas da Previdência e Trabalhista?

AA – Nos diversos encontros que tivemos com a presidenta Dilma em 2015 ela foi alertada de que não há acordo nessa história de alterar as regras da Previdência. As MPS 664 e 665 (que alteram as regras de seguro-desemprego, abono salarial e mudanças na concessão de pensão por morte e auxílio-doença) não agradaram. Outra mudança previdenciária pode frustrar ainda mais a sua base social. A palavra de ordem é resistir a qualquer medida que venha acarretar prejuízos. Sabemos ainda que as relações de trabalho precisam avançar muito para corrigir distorções e aperfeiçoar a tão atacada Legislação Trabalhista. No entanto, estamos diante de uma grave crise econômica e política – não é hora de fazer reformas nem reduzir direitos na busca pelo ajuste fiscal. O momento agora exige uma ampla unidade de forças para promover ações emergenciais de combate aos graves problemas que afligem o nosso povo e ameaçam o País. A classe trabalhadora vai resistir a toda e qualquer ameaça de retrocesso e perda de direitos.

Portal CTB – E qual seria a saída para esta crise?

AA – A retomada do desenvolvimento é o ajuste que o Brasil precisa. Como sugere o documento “Compromisso pelo Desenvolvimento”, apresentado ao governo pelas centrais sindicais e organizações empresariais, o plano emergencial para o Brasil voltar a crescer contempla a continuidade de investimentos em infraestrutura, a recuperação da nossa capacidade produtiva, geração emprego e renda, o redirecionamento da política econômica e o regime fiscal, entre outros. No texto, entregue em dezembro de 2015 à presidenta, apontamos 7 diretrizes para se chegar a isso, entre eles uma mudança na política econômica conservadora, redução dos juros, retomada dos investimentos públicos e privados, potencializar a produção industrial que vem pagando caro pelo processo de desindustrilização do país.

Portal CTB – A mobilização da classe trabalhadora foi massiva em defesa da democracia, como se viu no ato do último dia 16. Houve certo amadurecimento e conscientização da militância?

AA – Vivenciamos no Brasil um período em que prevalecia a política do arrocho salarial, do desemprego em alta escala, de privatizações e subserviência ao imperialismo norte-americano – era assim que o tucano FHC governava o país. Esse retrato merece ser comparado ao legado de conquistas alcançadas a partir dos governos Lula e Dilma. Ninguém, em sã consciência, vai querer voltar a um tempo obscuro, onde na cartilha neoliberal somente os ricos podiam tudo e a maioria da população, excluída e marginalizada, quase nada. O Ato do dia 16 de dezembro foi uma resposta necessária àqueles que advogam a tese do impedimento do mandato constitucional da presidenta, eleita democraticamente pelo voto popular. A classe trabalhadora é consciente do seu papel e não quer voltar ao passado.

Portal CTB – 2016 está aí. Quais os desafios da CTB para o próximo ano?


AA – O compromisso da CTB é promover a consciência de classe em suas bases e, mais do que nunca, a luta agora passa pela defesa da democracia, contra o golpe. Para a CTB fica evidente que esta tarefa vai exigir ampla unidade com os setores democráticos e progressistas da sociedade brasileira. Construir uma grande mobilização nacional nesta direção, pautando de forma acelerada a retomada do crescimento econômico será o caminho. Em 2016 a CTB continuará presente em todas as campanhas que atendam os interesses da classe trabalhadora e do País. Os êxitos alcançados nestes 8 anos de existência da central sindical que mais cresce no País sinalizam que estamos no caminho certo.

Fonte: Portal CTB

CTB reafirma sua força e unidade na última reunião da direção nacional de 2015


O presidente nacional da CTB parecia adivinhar o que estava por vir ao discursar na 15ª Reunião da Direção Nacional da CTB, a última de 2015, nesta quinta-feira (17), em São Paulo.

“Depois do grandioso ato unificado que realizamos ontem (16) dificilmente o golpe passará. A mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras juntamente com estudantes e os movimentos sociais nos dá a certeza de estarmos trilhando o caminho da mudança que interessa ao povo brasileiro”, disse.

O discurso empolgou a plateia que debatia as resoluções políticas da central que mais cresce no Brasil, apresentando inclusive um balanço da situação nos estados.

O otimismo estava presente em cada discurso. Por isso, “temos que acerar o nosso planejamento para 2016”, afirmou Adilson. “Se 2015 foi essa luta toda, 2016 promete muito mais”.

Toda a diretoria reafirmou o caráter classista, plural e democrático da central, sempre em defesa dos interesses da classe trabalhadora e do país. O título da Resolução Política (que será divulgada na íntegra brevemente) é O Golpe Não Passará. “Isso mostra que a CTB está antenada com o tempo que vivemos e se põe na frente da batalha juntamente com todos os movimentos democráticos do país”.

Ao término dos trabalhos, diversos dirigentes fizeram votos de esperança no futuro ao ser cortado um bolo em comemoração aos 8 anos da CTB.

"Que venham mais 8, mais 10 anos com essa central unida na certeza de contribuir para a construção de uma sociedade comandada pelos trabalhadores e trabalhadoras”, reafirmou Adilson.

A alegria tomou conta de todos quando chegou a notícia de que o Supremo Tribunal Federal acatou o pedido do PCdoB e anulou o rito do impeachment determinado pelo ainda presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB

SANTA CATARINA - Piso Salarial Estadual Sem acordo sobre reajuste



Foto: Segunda rodada de negociação dia 14 de dezembro.

Dirigentes de centrais sindicais e federações de trabalhadores de Santa Catarina saíram da segunda rodada de negociação sem uma proposta melhor por parte dos representantes patronais para o reajuste do Piso Salarial Estadual. A negociação aconteceu na manhã de hoje (14), na Fiesc, em Florianópolis. Até o momento, os patrões acenaram com reajuste abaixo do INPC, "uma proposta muito inferior" na avaliação do supervisor técnico do Dieese, economista José Álvaro Cardoso. Já o diretor sindical do Dieese, Ivo Castanheira considera que "negociar é uma sequência para se chegar a um denominador comum". O vice-presidente da federação patronal, Durval Marcatto Jr concorda em "negociar exaustivamente, até chegar a um índice aceitável para ambas as partes". Nova rodada de negociação está agendada para as 14 horas do dia 14 de janeiro de 2016, no mesmo local.

A comissão dos trabalhadores fechou consenso na necessidade de se garantir a reposição integral do INPC - "o INPC não se negocia, é um pressuposto da negociação", reforçou José Álvaro. Ele atribui as dificuldades à diferença de análise de conjuntura feita pelas partes: "Como em nenhum outro ano, o diagnóstico de conjuntura da parte dos patrões e do lado dos trabalhadores nunca esteve tão divorciado. Torcemos por um final feliz porque estamos negociando um salário que está no nível da sobrevivência, é piso", recorda José Álvaro Cardoso. O economista do Dieese resume o sentimento da comissão de negociação dos trabalhadores: "Queremos preservar o que de mais positivo o Brasil construiu nos últimos anos, que foi o mercado consumidor interno amplo, o principal fator que poderá retirar o país da recessão".

Fonte: Dieese
Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos 
ERSC - Escritório de Santa Catarina

Ato em defesa da democracia toma as ruas do centro de Florianópolis





Nesta quarta-feira, dia 16 de dezembro, os movimentos sociais democráticos levaram ao menos 300 mil pessoas às ruas em todo o Brasil em rejeição ao rompimento da legalidade democrática, com a tentativa de golpe, por uma nova política econômica e pelo afastamento de Eduardo Cunha, presidente da Câmara de Deputados, que tem se utilizado do pedido de impeachment para salvar a própria pele.

No ato, CTB, CUT, Intersindical, MST, MTST, UNE, Ubes, UJS, UBM, Sintaema, entre outras entidades, movimentos e partidos políticos, junto com trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil, uniram forças em defesa da democracia e contra o golpe.

Somente na capital paulista, os organizadores do primeiro ato conjunto das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo estimam que mais de 100 mil gritaram que “não vai ter golpe na democracia”. Em Salvador, a estimativa é de 20 mil pessoas no ato e, no Distrito Federal, a estimativa é de 15 mil.

Em Florianópolis, três mil pessoas foram às ruas da lutar contra o retrocesso na democracia e dialogar com a sociedade sobre os riscos que corre a classe trabalhadora, caso o golpe se efetive. A concentração foi na Praça Tancredo Neves, em frente à Assembleia Legislativa, local em que estava sendo votado o Plano do Magistério, e o ato e percorreu as ruas do centro da cidade.

Pelo menos 42 cidades de 25 estados e o Distrito Federal participaram das manifestações pró-Dilma nesta quarta. Isso demonstra que a unidade das forças populares - movimentos sociais, estudantes e centrais sindicais – pode muito, inclusive, impedir o sucesso de qualquer atentado a democracia brasileira.

O dia 16 de dezembro entrou para a história como sendo o marco inicial da resistência e da construção de um novo Brasil, unido em prol da democracia e de avanços.


Fonte: Imprensa CTB/SC