Aproximadamente 30 mil pessoas deixam o Largo da Batata, na zona oeste da capital, neste início de noite, em direção à avenida Paulista, em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) dando continuidade ao ato de protesto contra o PL 4.330, que legaliza a terceirização do trabalho no país, em tramitação na Câmara dos Deputados. No local vão encontrar outros movimentos e trabalhadores que protestam desde o início da tarde e também com os professores, cuja greve que completou um mês na segunda-feira tem sido ignorada pelo governo do estado e pela mídia.
O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, disse que existem três recados a ser transmitidos com a manifestação: o primeiro, para a "elite preconceituosa": "Vamos passar pelo ninho deles, pelos Jardins, para dizer que a rua é do povo, e que eles não vão nos impedir de ocupar as ruas".
O segundo recado do MTST, que está à frente do ato, é para a presidenta Dilma Rousseff: "Se o PL for aprovado, a Dilma tem o dever de vetá-lo. Não vamos aceitar as MPs (medidas provisórias) do ajuste (fiscal). O governo Dilma não foi eleito para cassar direito de trabalhador, nem pra fazer ajuste, nem pra colocar o (Joaquim) Levy na Fazenda (ministério). Não vamos ataque contra trabalhadores pobres, venha de onde vier. O MTST não tem rabo preso com ninguém".
O último recado vai para o empresariado: "Nós vamos terminar este ato na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, na avenida Paulista) pra dizer que eles não devem cantar vitória antes da hora. O PL 4.330 não vai passar. E se passar, vamos barrá-lo, nem que seja na marra".
Guilherme Boulos lembrou que na manifestação não vão ser vistas coisas como no domingo (12), quando muita gente afirmou que Dilma tem que ir embora, mas ninguém questionou Eduardo Cunha (presidente da Câmara), que comandou a votação do PL 4.330, nem protestou Renan Calheiros (presidente do Senado), que coloca em pauta novamente a lei antiterrorismo, que na prática ataca o direito de manifestação, nem contra o governador Geraldo Alckmin, que deixou acabar a água em São Paulo e ignora a greve dos professores.
Guilherme Boulos lembrou que na manifestação não vão ser vistas coisas como no domingo, quando muita gente afirmou que Dilma tem que ir embora, mas ninguém questionou Eduardo Cunha, que comandou a votação do PL 4.330, nem protestou Renan Calheiros, que coloca em pauta novamente a lei antiterrorismo, que na prática ataca o direito de manifestação, nem contra Alckmin que deixou acabar a água em São Paulo e ignora a greve dos professores.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que é essencial a unidade da esquerda para derrotar a mobilização da direita. Afirmou que o PL 4.330 é só o primeiro de uma série para suspender direitos dos trabalhadores. A redução da maioridade a lei antiterrorismo vieram para acabar com direitos da população e mandou recado a Eduardo Cunha: "Você não manda no Brasil. Vamos fazer uma greve nacional se for preciso".
A candidata pelo Psol à presidência da República em 2014, Luciana Genro, ressaltou que hoje há 30 mil trabalhadores se manifestando, professores em greve, mas a cobertura da imprensa não chega nem perto dos atos do fim de semana. É preciso garantir a união entre o povo, os jovens, os negros, as mulheres, as centrais, para juntos barrar o PL 4.330 e o “ajuste”, que as medidas para sair da crise são o imposto sobre grandes fortunas e auditoria da dívida e não onerar ainda mais o trabalhador.
Personagens
Maria de Fátima Silva, representante do MTST há 17 anos e mora em um assentamento no Vale do Paraíba, chamado Egídio Brunet, diz que está no ato para lutar por terra: "Meu povo precisa de terra pra plantar".
Cícero Raimundo, militante do MTST, está há dois anos em uma ocupação na Vila Silvia, na zona leste da capital, e o local está para passar por reintegração de posse em breve: "Nossa principal pauta, além de barrar as terceirizações, é pressionar a Dilma para que ela abre logo a terceira fase do Minha Casa, Minha Vida".
O integrante do movimento negro Circuito Palmarino Vanderlei Victorino diz: "Estamos aqui principalmente contra a redução da maioridade penal e pelo fim do genocídio da juventude negra nas periferias. "Nós sabemos que a redução só vai encarcerar ainda mais a população negra e não consegue resolver a questão da violência. Menos de um por cento dos homicídios é cometido por jovens com menos de 18 anos.
Reprodução fonte: http://portalctb.org.br/
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