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Nivaldo em pé, Mônica, Aurino e Florival Carvalho compõem a mesa da jornada de debates (Foto: Cinthia Ribas) |
Na segunda parte do seminário Dilemas e Desafios para a Classe Trabalhadora, na tarde desta quarta-feira (8), os debates ocorreram sobre a questão do desenvolvimento nacional. Os convidados Carlos Pastoriza da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos e José Carlos Braga, professor da Universidade Estadual de Campinas não puderam comparecer e foram prontamente substituídos pelo vice-presidente da CTB Nivaldo Santana. O outro convidado Florival Carvalho, diretor da Agência Nacional do Petróleo realçou o poder da estatal brasileira, “uma das maiores empresas do mundo”.
Com a coordenação de Mônica Custódio, secretária de Promoção da Igualdade Racial da CTB e de Aurino Nascimento, presidente da CTB-BA, Nivaldo começou sua explanação relatando parte da história do Brasil para chegar ao momento crucial que o país vivencia. Falou da Era Vargas e do período de industrialização entre as décadas de 1930 a 1980. “O Brasil passou a ser uma das dez maiores economias do mundo e houve uma revolução nas relações de trabalho porque deixou de ser um país rural e surgiu uma classe operária combativa”, preconiza.
Depois vieram as décadas perdidas de 1980 e 1990. “Nos anos 80, o modelo de desenvolvimento dependente se esgotou aí veio o desemprego em massa, a recessão. Na década posterior foi pior. O neoliberalismo estancou o país. Como disse FHC o objetivo era acabar com a Era Vargas, ou seja, acabar com o Estado”, acentua.
Por isso, para Nivaldo os governos Lula e Dilma significaram “recuperação do estrago” feito por FHC. E como a CTB desde sua origem defendeu desenvolvimento com valorização do trabalho, vale frisar a importância da polícia de valorização do salário mínimo, que foi fundamental para o país resistir à crise mundial do capitalismo. O dirigente da CTB defendeu a formação de uma Frente Ampla para a superação dos desafios colocados pela situação de disputa onde forças conservadoras visam o quanto pior melhor para minar a governabilidade.
Florival Carvalho destacou toda a história da luta pelo monopólio do petróleo no Brasil. Primeiro ele falou que somente a Petrobras tem a tecnologia de prospecção de petróleo em águas profundas e que foi a primeira petrolífera a encontrar o óleo no mar. O monopólio estatal do petróleo permaneceu até 1997, quando o mercado foi aberto e atualmente existem “70 petroleiras no Brasil”, garante Carvalho. A partir d e então a estatal brasileira começou a realizar parcerias e com a descoberta do pré-sal estabeleceu-se um sistema de partilhas sob o controle nacional.
Para se ter uma ideia do que está em jogo nos sistemáticos ataques à Petrobras “em 1997 produzíamos 700 mil barris por dia e hoje produzimos cerca de 2,5 milhões de barris”, reforça Carvalho. Ele acredita que a petrolífera brasileira deve divulgar mais seus resultados para mostrar a sua importância estratégica para o desenvolvimento nacional. Defendeu também a formação de um Frente Ampla de trabalhadores e empresários para defender os interesses nacionais.
No final, ainda houve tempo para o lançamento da revista Mulher de Classe em São Paulo. “Esta revista é um instrumento para atrairmos as jovens feministas e dialogarmos com o movimento de mulheres, porque somos 52% da população brasileira e representamos 41% do mercado de trabalho e não temos representação compatível”, assinalou Ivânia Pereira, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB.
Por Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB
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